2/06/2011 - 14:52 - Atualizado em 20/07/2011 - 13:06
O top de visual andrógino conquista as passarelas desde 2010
Andrej Pejic é ícone de uma revolução na moda. Rostos andróginos estão em passarelas, campanhas e editoriais, e o modelo sérvio-australiano de 19 anos abre um novo espaço nesse mercado, ao lado do transexual brasileiro Lea T.
Ele surgiu para a moda em julho de 2010, no prêt-à-porter de Paris, e foi destaque vestindo peças femininas de Jean Paul Gaultier. Hoje, ocupa a 11.ª posição do ranking masculino do Models.com e tornou-se referência da estética que tem seduzido estilistas, inclusive os nacionais.
Esse mix de delicadeza e virilidade aparece na próxima edição do Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week. Andrej, que desfila looks masculinos e femininos das coleções feitas para o verão 2012, falou com a CRIATIVA por email.
Você disse em uma entrevista que, em um momento de sua vida, percebeu quem é. Como foi? Eu acordei, olhei no espelho e disse “Chega”. Fiz um rabo de cavalo, dispensei os óculos, fiquei loiro e nunca mais olhei para trás.
Como define seu estilo hoje? Chique, darling.
Acha que há uma demanda por androginia ou você encerra a questão? Sou o primeiro, mas dificilmente serei o último. Quando algo novo é descoberto na indústria de modelos, torna-se muito importante e, mesmo quando a tendência passa, alguns continuam no mercado. Sou amigo de Lea T. desde a escola de modelos. Esta é a temporada da imagem transexual. Espero que o Brasil adote a beleza pela beleza, sem muitos questionamentos ou restrições comerciais.
Com quais elementos dos universos masculino e feminino você se identifica? Minha relação é boa com ambos. Acho que todos deveriam abraçar os dois lados. É difícil dizer em que posição me coloco. Eu me identifico mais com o mundo feminino, mas tenho algumas qualidades masculinas.
Quem são seus ícones de beleza? Mulheres: a cantora Amanda Lear, as modelos Kate Moss, Erin O’Connor e Gemma Ward e o modelo transexual Caroline Cossey. Homens: os atores Jonathan Rhys Meyers, Jude Law e Johnny Depp.
Que marcas femininas usa? Sean John, Calvin Klein, Donna Karan, Valentino, YSL, Ferragamo e Chanel.
Qual foi a maior dificuldade no início de sua carreira? Era duro, não sabiam o que fazer comigo. Acho que o interesse por uma imagem híbrida mostra que há um novo tipo de beleza sobre o qual o mercado pode capitalizar.
Você se tornou símbolo de um movimento fashion. Qual é a perspectiva disso para a moda e para a sociedade? Na moda, isso ainda vai longe. É uma tendência que apaga o limite entre gêneros. Mas a moda sozinha não muda a sociedade. Na melhor das hipóteses, traz consciência e aceitação. Nunca sofri muito preconceito devido à minha imagem, mas ainda é um ponto delicado. Só movimentos políticos de massa e condições econômicas coerentes podem tentar uma revolução nesse sentido.
f:http://revistacriativa.globo.com/Revista/Criativa/0,,EMI237306-17096,00-MENINO+MENINA.html
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